Hoje o meu post, não é para falar de mim diretamente...
Acompanho um blog, e nos últimos dias a autora está indecisa quanto a realização da cirurgia.
Eu tenho pensado nela desde o dia que li o post, adicionei no msn, para converar, mas ainda não houve oportunidade.
Quem sou eu, para dar pitaco na vida alheia, mas não fazer nada, está me incomodando...
Então, assim como ela, pensei que pudessem haver outras pessoas no mesmo dilema, e para tentar ajudá-las, pensei em falar um pouco sobre a OBESIDADE.
Haha, que novidade, até parece que a gente que é gordinho já não sabe muito bem o que é isso não é?
Sabe, muitoooo, mas acho que esquecemos, ou não queremos não lembrar....
Se estou te expondo querida, me desculpe, mas a minha intenção é apenas tentar te apoiar!
A
OBESIDADE nada mais é, que o excesso de gordura no nosso corpo. Essa gordura, sendo localizada (geralmente no abdome) ou geral, se apresenta acima do limite do que é necessário para o nosso metabolismo (a tranformação daquilo que consumimos em energia, para que o corpo funcione).
A Obesidade é uma DOENÇA!
Doença esta causada por vários fatores e que com sua evolução, facilita a falência ou funcionamento inadequado de vários órgãos, levando assim, piora da qualidade de vida e em consequência disto, pode levar à morte.
É uma epidemia, uma doença mundial e a principal causa do seu aumento, são a má alimentação e o sedentarismo.
O excesso de peso e de gordura no corpo desencadeia e piora problemas de saúde que poderiam ser evitados.
Eis alguma co-morbidades que podem ser desencadeadas ou agravadas pela obesidade:
Coração:
As primeiras doenças que costumam
afetar o obeso são as do coração. O coração de uma pessoa acima do peso
tem que trabalhar mais. Se seu peso ideal é 70kg, seu coração foi feito
para trabalhar num corpo de 70 kg. Se você pesa 100, ele tem que
trabalhar para um corpo de 70 e mais um de 30 e fica sobrecarregado.
Entre
as várias doenças do coração está a hipertrofia ventricular, que é o
aumento do músculo do coração por excesso de trabalho. A hipertrofia
pode evoluir para a insuficiência e gerar arritmia e também aumenta o
risco de um acidente vascular cerebral e morte súbita.
Hipertensão:
A
hipertensão é outro problema comum entre os obesos. Um estudo americano
mostrou que 75% dos hipertensos são obesos. O motivo é a alta produção
de insulina; por isso muitas vezes o obeso não é diabético, mas tem
problema com a pressão alta. A insulina funciona na manutenção do
tamanho dos vasos sanguíneos e também favorece a absorção de água e
sódio.
Uma alimentação não balanceada somada à compressão dos
vasos sanguíneos resulta na pressão alta, que aumenta os problemas no
coração.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o problema
é a causa de 40% das mortes por acidente vascular cerebral
(avc/derrame).
Trombose:
Como o coração do
obeso funciona com dificuldade, há um mau bombeamento de sangue para o
corpo inteiro, gerando doenças ligadas ao sistema vascular.
É
comum que obesos tenham varizes nas pernas e enfrentem um risco maior de
ter trombose (acúmulo de coágulos de sangue dentro de vasos
sanguíneos).
Uma pesquisa publicada no American Journal of
Medicine, em 2005, mostrou que os pacientes obesos tinham 2,5 vezes mais
chance de ter trombose do que os indivíduos não obesos. E esse risco
foi maior entre as mulheres obesas do que entre os homens obesos (2,75
contra 2,02, respectivamente) e entre os pacientes obesos com menos de
40 anos, em relação aos mais velhos.
Apnéia:
Apnéia
é a parada respiratória involuntária durante o sono, muito comum entre
os obesos, é pouco conhecida e muito grave. O problema atinge mais da
metade dos obesos mórbidos.
A apnéia acontece mais nos obesos
porque eles têm excesso de gordura na região do pescoço e a faringe fica
mais estreita, facilitando o fechamento involuntário. Na posição
horizontal do corpo durante o sono, a expansão do pulmão para a
respiração também é mais difícil.
Quem sofre de apneia não tem um
sono normal e enfrenta problemas durante o dia, como cansaço,
dificuldade de concentração e pressão alta.
Esteatose hepática:
É o acumulo de gordura no fígado, órgão responsável pelo metabolismo dos lipídeos, que viram glicose e vão para o sangue.
Quando
há um excesso de gordura ingerida, o fígado não consegue metabolizar
tudo e parte se acumula no órgão, que pode desenvolver cirrose ou
fibrose. A cirrose é normalmente associada à ingestão de álcool, mas
neste caso, pode aparecer em pessoas que não bebem.
Depressão:
O
problema psiquiátrico afeta uma grande quantidade de obesos.
Estatísticas mostram que, na população, 30% das pessoas terão algum tipo
de depressão ao longo da vida. Já entre os obesos, esse número sobre
para 89%.
São pessoas que sofrem muito com a autoestima,
principalmente na adolescência, uma fase em que é importante a
socialização. A depressão é uma doença tão importante quanto a pressão
alta, por exemplo.
Asma:
A asma está
relacionada à presença de uma substância produzida no tecido adiposo,
capaz de provocar o fechamento dos brônquios. Estudos já mostraram que,
quanto maior o índice de massa corporal, maior a quantidade dessa
substância é produzida pelo corpo. Por isso, os obesos sofrem mais de
asma.
Infertilidade e gravidez de risco:
A produção anormal de hormônio nas mulheres obesas desencadeia uma série de problemas relacionados à gravidez.
A
alta taxa de gordura no corpo provoca maior produção de testosterona
(hormônio masculino), a menstruação fica irregular e a mulher tem mais
dificuldade para engravidar. A gravidez da mulher obesa costuma ser de
alto risco. Ela pode abortar devido à pressão alta e o bebê também pode
ser afetado.
Um estudo lançado na revista da Associação Americana
de Medicina mostrou que as obesas têm o dobro de chance de ter filhos
com problemas congênitos, como má formação da medula espinhal (que pode
levar a um aborto ou a falta de movimento dos membros inferiores) e do
coração.
O diabetes do tipo 2, que afeta muitas mulheres obesas,
também é um fator de risco para gerar problemas no sistema nervoso
central e no coração do bebê.
Os resultados de ultrassonografia
também são mais imprecisos em mulheres obesas, pois a camada de gordura
abdominal atrapalha o exame.
Neoplasia:
Esse
tipo de crescimento desordenado de células, que pode ser benigno ou
virar um câncer, é facilitado pelo aumento de peso. Obesos têm
deficiência de um tipo de linfócito chamamo “natural killer” (assassino
natural) que combate células mutantes.
Muitos casos de câncer são
combatidos pelo nosso corpo porque essas células atuam em nossa defesa.
Mas, no caso do obeso, as células não conseguem combater sozinhas e o
tumor pode se desenvolver.
O aumento de massa corpórea é um fator de risco para mulheres desenvolverem câncer de mama e de endométrio.
Colesterol alto:
Os
obesos têm baixa taxa de HDL, o colesterol bom que diminui o risco de
ataque cardíaco e ajuda a remover o colesterol ruim das paredes das
artérias. O acúmulo de gordura dentro dos vasos pode causa entupimento e
até um infarto.
Diabetes do tipo 2:
No
Brasil, existem de 7 a 8 milhões de pessoas com diabetes do tipo 2. Isso
representa 5% da população, porcentagem que é a média em outros lugares
do mundo. Porém, mais de 70% dessas pessoas com diabetes têm algum grau
de peso acima do normal.
O diabetes tem fatores genéticos, mas
quanto maior o peso de uma pessoa, maior a chance de ele aparecer. Isso
acontece porque o aumento do peso e da gordura no corpo ocasiona uma
resistência à ação da insulina, o hormônio que auxilia o organismo a
regular os níveis de glicose.
Além dessas, pode-se citar: impotência sexual, gota, artrites e artroses....
Mas além das doenças do corpo, ainda existem as doenças da alma, do coração e isso leva à danos muitas vezes irreparáveis...
Diante de diversos traumas psicológicos e emocionais, o obeso tende ao isolamento, muitas vezes causado pela discriminação que sofre nas ruas, no trabalho ou até mesmo em casa.
Muitas vezes, o excesso de gordura faz com que a pessoa tenha dificuldade de realizar as atividades laborais (de trabalho), e com isso, leva ao desemprego. E se a pessoa está desempregada, pode ter muiiiiiiitas qualidades, porém o entrevistador acaba optando por outro candidato meia boca, porém que está "dentro dos padrões".
Essas perdas vão levando a sentimentos de frustração, grande insatisfação diante desta baixa-estima e com isso, entra naquele ciclo vicioso: fica ansioso, recorre a comida para melhorar esses sentimentos, e acaba engordando cada vez mais!
Passamos a repetir inconscientemente um comportamento psicológico através da não aceitação do próprio corpo; acreditamos que todo e qualquer problema que tenhamos é causado pela obesidade; temos muitas vezes carência afetiva; vergonha de expor-se, portantanto, acabamos por nos excluir de convívio social; temos grande ressentimento do passado, raiva do presente e medo do futuro; preguiça; insegurança; inveja; somos imediatistas, queremos para ontem os resultados e com isso, entramos em regimes extremistas e somos os mestres em auto-justificação.
Quem nunca foi ao médico e disse:
Eu não tomo café, mal almoço, nunca janto....não sei como ou porque eu engordo!!!?
Como não sabe? Eu tenho certeza que sabe sim!!!!
Eu, por exemplo, vivo arrumando desculpas para não realizar os exercícios físicos, e amodoro consumir coisas engordantes...Posso (podia) até ter uma alimentação mais regrada esaudável na semana, mas no final de semana, não resistia às delícias que meu pai prepara e comia não só para matar a fome, mas também por muita GULA! Sem contar as saídas com o noivo, para comer muitas coisas calóricas. Ahhhh, tem o sorvete também...era sorvetedependente...se estava feliz, se estava triste...Sorvete!
Se você quer fazer um tratamento, para curar a sua obesidade, precisa reconhecer que está doente! Precisa aceitar que o seu estilo de vida é o problema e que ele, é quem faz você engordar. Nada de colocar a culpa na família, no excesso de trabalho, na falta de tempo para comer bem, nos conjuges, nos filhos....
No meu caso, não é o meu pai que cozinha maravilhosamente bem e que fica super feliz em fazer coisas que nós gostamos de comer....
Muitas vezes, a gente não se aceita gordo e desta forma não aceita esta realidade e vive esperando uma fórmula mágica para resolver este problema.
Eu juro para vocês, com um IMC de 48, eu juraaaaaaava que não era obesa móbida... Eu dizia: "ahhh, eu ainda passo na catraca do ônibus"....que merda (desculpe a palavra) de comparação!
É difícil admitir que temos uma compulsão pelos alimentos...
Não podemos ficar impotentes quanto a obesidade. Está é uma doença crônica, mas podemos apenas controlá-la e não curá-la. Esse controle depende apenas de nós, podemos recair, mas não por isso desistir.
Procure ajuda: seja um endocrinologista, um cirurgião gastroenterologista, nutricionista, psicólogo, nutrólogo ou educador físico... você não precisa passar por tudo isso sozinha!
Seja emagrecendo com a melhora da alimentação, início de exercícios físicos ou ainda com o empurrãozinho da gastroplastia, o importante é que ao tomar a decisão de fazer algo por você, você já é uma vencedora!!!!
Já disse aqui algumas vezes, para emagrecer, não existe fórmula
mágica: exige disciplina, conhecimento, determinação e força, muita força de
vontade!!!!!!
Quer milagre, só na igreja, porque em qualquer método de emagrecimento que você escolha, sem você se ajudar, não há método para emagrecimento que dê certo!
E a gente é preguiçoso né? As coisas começa a apertar, e invés de prosseguir, a genta logo joga a toalha, se rende e....
Pensem nisso...
Estou muito confiante na minha mudança, e tenho certeza que esta, é minha última tentativa...quero controlar a minha doença e ser saudável!
Um beijo e desculpem pelo post enormeeee...